Poesia sim...

Quadras da Minha Vida

Os ecos nos meus sentidos 
Dos meus afectos doentes 
São mais longos, mais compridos 
Do que rastos de serpentes. 

Nasci profundo e pegado 
A turbilhões de aflição: 
Na cara trago estampado 
O meu perfil de obsessão. 

Não creio que possa amar 
Nem neste mundo ter jeito 
De me encostar a outro leito 
Sem desatar a chorar. 

Enterro os dias e os ais, 
Sou uma pilheira de mortos, 
Não tenho espaço pra mais! 
Que se comam uns aos outros... 

Mário Saa, in 'A Poesia da Presença'

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