Poesia sim...

Floreça, fale, cante, ouça-se e viva
A portuguesa língua, e já, onde for,
Senhora vá de si, soberba e altiva.

Se tèqui esteve baixa e sem louvor,
Culpa é dos que a mal exercitaram,
Esquecimento nosso e desamor.

Mas tu farás que os que a mal julgaram
E inda as estranhas línguas mais desejam
Confessem cedo, ant’ela, quanto erraram.

E os que depois de nós vierem vejam
Quanto se trabalhou por seu proveito,
Porque eles pera os outros assi sejam.


António Ferreira, Poemas Lusitanos, notícia histórica e literária, selecção e anotações de F. Costa Marques, Coimbra, Atlântida, 1961, pp. 97-98

Texto (adaptado) de Maria Helena da Rocha Pereira, "Elogios da Língua Portuguesa", in Máthesis 15,2006 257-27

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