Livro da semana: "O intrínseco de Manolo"

O Intrínseco de Manolo
Um romance mágico sobre o Alentejo.
Edição/reimpressão: 2012
Páginas: 176
Editor: Editorial Teorema

Sinopse
Na aldeia alentejana de Cousa Vã - vizinha da espanhola Ciudad del Sol - o nome de Manolo anda nas bocas escancaradas dos que passam as tardes na tasca a aviar minis, quiçá para que ninguém repare no que realmente se passa em suas casas - e talvez seja melhor assim. É, porém, facto indesmentível que Maria tem o hábito de desaparecer às sextas-feiras - e isso basta para que a mediocridade omnipresente faça do marido um adornado e da chacota um estranho alívio para a dureza dos dias. Manolo refugia-se do falatório acusador à sombra de uma azinheira secular, único ser vivo com quem pode dividir agora as suas mágoas; e, embora certo da virtude da sua Maria, não ignora a missiva que o carteiro lhe deixou em casa nessa manhã e que trazia - pois é - remetente espanhol… No jogo repetido que é o dia-a-dia dos lugares pequenos - onde ninguém ganha e quase todos perdem -, a descoberta da improvável verdade trará, mesmo assim, a Manolo a oportunidade de mostrar aos conterrâneos, de forma anónima, o seu intrínseco, seguindo os ensinamentos dos que, sendo velhos ou já desaparecidos, são parte importante da sua história - e da de Cousa Vã. Com um trabalho notável na composição das figuras e uma recuperação inteligente da linguagem popular de um Alentejo quase mítico, João Rebocho Pais estreia-se na ficção com um romance terno, mágico e, ocasionalmente, escatológico sobre o poder da excepção sobre a regra.
Críticas de imprensa
«Para além da celebração pícara, há outras razões que tornam O Intrínseco de Manolo inesquecível. Uma delas é a desarmante sinceridade. Percebe-se que esta é uma escrita com uma linha clara de pensamento que não é deturpada pela sua execução. O que pensa e observa o João e o que vive o Manolo ligam-se por correntes de transmissão fortes. […] Outra razão forte para gostarmos deste livro é o rumo poético e de transfiguração da realidade que a certa altura toma conta dele […].»
Rui Lagartinho, Público

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