Livro da semana: "Angola, afinal, era deles"
Sinopse
Bonitão, boémio e rufia, o soldado Álvaro Pinheiro viaja para Angola num barco de civis e envolve-se com uma linda mulher, casada por procuração com um juiz. Ele irá enfrentar o alvorecer da guerra colonial, ela fica em Luanda. Fanfarrão, aspira a ser o primeiro a disparar contra os revoltosos e a situação proporciona-se-lhe dois dias antes do 4 de Fevereiro. Mais tarde, ferimentos em combate atiram-no para uma cama do hospital, onde ela o reencontra. O destino reservar-lhes-á outras surpresas, porque o passado, por vezes, deixa marcas...
O livro, é propagandeado como «romance»... baseado em «factos verídicos», cujo principal enfoque é reportado a «dois dias antes do 4 de Fevereiro», ao qual o autor se refere - no Forum Lusoafrica - como descrevendo «inclusive, o primeiro recontro armado, onde se registaram os primeiros tiros e os primeiros mortos da guerra, ocorrido no Cunda-Ria-Baza, Baixa do Cassanje, no dia 02 de Fevereiro de 1961. Um facto desconhecido ou omitido por historiadores e outros».
ResponderEliminarNem é verdade que os factos descritos descritos, tenham ocorrido «dois dias antes do 4 de Fevereiro», nem é verdade que «os primeiros tiros e os primeiros mortos da guerra» se tenham registado em Cunda-Riabaza a «02 de Fevereiro de 1961», nem é verdade que tal acontecimento fosse - à data de lançamento do livro (2009) - «desconhecido ou omitido por historiadores ou outros».
Os dois primeiros mortos em situação de combate, ocorreram na Baixa do Cassanje, mas no dia 06 de Fevereiro de 1961: este é um facto histórico, sobejamente conhecido, não constituindo ineditismo algum a sua "revelação" neste «romance baseado em factos verídicos».
Se a ideia era (é) ajudar a vender o livro, melhor seria o autor ter honrado a memória de todos os seus camaradas-de-armas da 3ªCCE (CCE62), produzindo adequada pesquisa e subsequente exposição da verdade: factual.