António Botto (1897-1959)

Assinalam-se hoje os 50 anos da morte do poeta português António Botto.
António Botto nasceu numa aldeia do concelho de Abrantes em 1897 e morreu no Rio de Janeiro no dia 17 de Janeiro de 1959, em consequência de atropelamento. Ainda criança veio com os pais para Lisboa, registando em alguns livros vivo testemunho do seu conhecimento da faina portuária e do quotidiano do bairro popular de Alfama, que seria cenário da novela dramática "António" (1933), da peça em três actos, "Alfama" (1933), e de boa parte da sua obra poética. Autor também de contos infantis, reunidos em "O Livro das Crianças" (1931), em "O Meu Amor Pequenino" (1934) e mais tarde em "Os Contos de António Botto para Crianças e Adultos"(1942). Seriam no entanto sobretudo as "Canções" (1ª edição: 1921) que lhe dariam lugar de relevo na história da literatura portuguesa contemporânea. O trabalho numa livraria da baixa de Lisboa proporcionou-lhe o convívio com alguns dos espíritos mais cultos da época, como Fernando Pessoa, dos quais terá apreendido, ainda que de forma muito empírica, o essencial de uma muito moderna atitude de irreverência face ao cânone poético então ainda vigente. António Botto partiu para Angola (1924-1925), foi expulso por transgressão da ordem pública em 1942, quando trabalhava no Governo Civil de Lisboa, e é já muito doente e perturbado emocionalmente que em exílio voluntário se fixa no Brasil em 1947.

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